sábado, 25 de julho de 2009

(des)ordem

Eu sei, mas é que de vez em quando eu gosto de retornar ao lugar da dor apenas para saber se está tudo no lugar.


Odeio ver minha desgraça bagunçada.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

sina

Quando a vida me tirou para dançar, nem ousei dizer que só sabia forró, um passo pra cá outro pra lá. Até que a vida pisou no meu pé, sorri: me senti mais solto, então.




Ambos não sabiam dançar direito.

domingo, 12 de julho de 2009

um samba que aquece, derretendo sorrisos

"Meu coração tem botequins imundos
Antros de ronda, vinte-e-um, purrinha,
Onde trêmulas mãos de vagabundo
Batucam samba-enredo na caixinha"


O botequim, adorávelmente sujo, em questão, ainda não sabe ao certo se quer samba outra vez.
Mas é consiente que não sabe resistir a um samba, um mimo, um amor bem cantado, principalmente se maestrado com toda a malemolencia de quem não precisa de nada mais que as palavras e um pouco de desenvoltura pra armar um samba.
Samba gostoso de ouvir.
Foi assim, fazendo o ritmo, batendo as mãos na mesa, que ele cantou os sambas mais lindos, diversos e desconhecidos nesse tão boêmio e imaturo botequim.
Depois abaixava a cabeça com vergonha.

Encantou.




sexta-feira, 10 de julho de 2009

céu de saudade

Eu já não fui sozinho, gosto de lembrar, mas não vou mentir dizendo que tenho saudade. Também, preciso ter mais sabedoria, porque logo depois que aprendi saudade, queria usar ela em tudo. Vivia dizendo “ai que saudade de saber das coisas”, e pensavam que eu tinha abestado as idéias. Quando aprendo uma coisa bonita nova, eu guardo para ir me abonitando dela devagar, depois de um tempo que começo a calçá-la.

domingo, 5 de julho de 2009

esperava um pouco mais, confesso

Nunca pertenci completamente a ninguém.
Ainda custo a aceitar que você passou a ser apenas ''alguém''.

De onde vem essa ânsia por preencher o vazio daqui, eu não sei.
O que me incomoda mesmo é que estar vazio me trás a sensação de estar cheio de tudo.

Cheio de nada.