quinta-feira, 29 de maio de 2008

Não que eu me importe com bichos-papões,
já estou acostumado,bem acostumado na verdade.
Nunca acreditei em nem uma virgula das coisas que me contavam,
sempre fui desconfiado, intrigado.
Mas que bicho-papão existe...ah, isso eu acredito.

E já não tenho bem a certeza, se me estou me precipitando ou antecipando, se tudo isto está acontecendo por ter de acontecer, ou se simplesmente acontece.
E não consigo evitar, nem voltar o tempo atrás, não é que realmente eu quisesse voltar, mas parece que de qualquer forma, as coisas não teriam desenrolado assim. Mas eu nunca iria saber, o que sei agora. Sinto-me errado. Eu sei. Mas é que neste momento eu já não sei bem se posso acreditar, se posso confiar. Foi uma mentira, e mais outra e outra. E eu quebrei a linha ténue da confiança, e o que mais me assusta é que talvez as coisas nunca voltem a ser como eram, sinto-me tão triste, e no fundo és apenas tu. Como és, e talvez seja mesmo isso. Sermos como somos, goste você, goste eu... ou não.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Às vezes penso que você não merecia todas as palavras que lhe ofereci, certamente, na hora, pensava o contrário. Mas, depois de algum tempo, algum longo tempo, quando você fica sozinho e vê que palavras são uma das poucas coisas que lhe restam.
Palavras não voltam atrás, o tempo não volta atrás. Mas a memória volta. A memória é sempre atrás. E pela minha memória, peço desculpas. Talvez você não tenha esquecido, porque a gente sempre faz questão de guardar lembranças duras; e mesmo que você ache que esqueceu, minhas palavras estão em algum lugar aí na sua memória, ou inconsciente.Enfim, tem um pouco meu em você. Tem um pouco da minhas palavras em você. E isso dói. Em mim e na sua memória. Quantas vezes já pedi desculpas pelo pensamento, quantas vezes forjei diálogos, quase sempre me desculpando. Quase sempre querendo ouvir você. Quase sempre querendo falar mais do que deveria. Talvez depois quisesse voltar atrás, mas dessa vez não pelas palavras. Menos mal, quem sabe. Quem sabe também eu nunca chegue a falar isso tudo diretamente pra você, quem sabe você nunca queira ouvir.O meu orgulho falaria mais alto. Orgulhos sempre falam mais alto quando deveriam ficar calados. Mas eu sei que, quando eu chegasse em casa, tentaria refazer tudo o que eu disse, tudo o que você (não) disse, e finalmente as palavras certas viriam se encaixar nas minhas frases. As palavras certas só aparecem depois que a gente precisa usá-las. É quase certo que as coisas ficariam por elas mesmas, mas só saber que você ouviu o que eu tinha a dizer já me valeria a pena. Seu sorriso olhando pra baixo sempre vale a pena.